Seis em cada dez brasileiros só vão ao médico quando estão doentes

Prevenção diminui os riscos de doenças graves como infarto e AVC.
Mais da metade dos entrevistados está acima do peso ideal.

Seis em cada dez brasileiros só vão ao médico quando já estão doentes. É o que mostra uma pesquisa do Instituto Data Popular. Segundo os médicos, a prevenção é a melhor forma de reduzir o risco de doenças graves como infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), que podem deixar sequelas e até matar.
 
“Essas doenças mais graves, elas são sempre precedidas por outras doenças, principalmente hipertensão, diabetes, problemas de colesterol. E esse tipo de coisa a gente consegue detectar precocemente”, explica o supervisor do pronto-socorro do Hospital das Clínicas/SP Lucas Zambon.
A obesidade é um fator de risco importante para essas doenças. É preciso estar atento ao problema. A pesquisa mostra também que mais da metade dos entrevistados está acima do peso ideal, mas só 10% das pessoas obesas fazem dieta.
Para o presidente do Instituto Data Popular Renato Meirelles o discurso do brasileiro é mais consistente do que a prática. “Três quartos afirmam se preocupar diariamente com a forma. Agora na prática não é bem assim que funciona – 57% não abrem mão de comer doce e fritura e pasmem, 81% não fazem atividade físicas de forma regular”.
Todo mundo sabe que alimentação saudável e atividade física ajudam a prevenir doenças. Entretanto, também é necessário dormir bem, curtir a família, os amigos, se divertir e fazer exames periódicos. “Com certeza com isso a sua qualidade de vida vai melhorar também”, finaliza Zambon.
Dados da pesquisa
Em 11 anos, o gasto dos brasileiros com saúde aumentou 50%. A região Sudeste concentra mais da metade dos gastos das famílias com saúde, seguida das regiões Sul e Nordeste. Estima-se que a classe média gastará aproximadamente R$ 72 bilhões, contra R$ 70 bilhões da classe alta e R$ 23 bilhões da classe baixa.
A saúde é vista sob duas perspectivas: prevenção e urgência. No entanto, há uma contradição entre o discurso e a prática e quando se fala em saúde. A saúde aparece com força no discurso como uma preocupação constante e intensa dos indivíduos – em especial, sob a perspectiva da prevenção. Porém, na prática, esses indivíduos não valorizam a prevenção. Só visitam o médico, praticamente, em caso de urgências ou por questões de doença já estabelecidas.
O brasileiro visita o médico quando julga realmente necessário – em outras palavras, a urgência predomina sobre a prevenção. Em média, seis em cada 10 brasileiros só vão ao médico quando estão realmente doentes.
A saúde também envolve questões estéticas. A questão da saúde compõe um discurso moral que é expresso na preocupação com o consumo de produtos saudáveis – 70% dos brasileiros concordam que aceitam pagar mais caro por produtos saudáveis.
Principalmente para as mulheres, a preocupação com a saúde envolve também a questão estética: 77% das mulheres das classes média e baixa acham importante manter a forma física, contra 57% que não abrem mão de comer doces e frituras.
O “estar acima do peso” começa a ser um problema crônico na sociedade brasileira. Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros (51%) estão acima do peso. Apesar da importância dada aos cuidados com a saúde e com a aparência, apenas 6% estão de regime (metade por saúde, metade por estética). Mesmo entre quem está acima do peso, apenas 10% estão de regime. Apenas 19% dos entrevistados afirmam praticar uma atividade física com regularidade e 5% foram a uma academia nos últimos 30 dias.
 
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