Quinta, 11 de Abril de 2013

Hoje, dia 11 de abril, comemora-se o dia Mundial da Doença de Parkinson. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento do médico inglês James Parkinson, que foi o primeiro a descrever a doença em seis pacientes na Inglaterra, no século XVIII.
 
O mal de Parkinson é uma doença que atinge a população em torno dos 60 anos e se caracteriza pela lentificação motora, rigidez da musculatura, instabilidade e desequilíbrio na marcha, dificuldade para levantar e se movimentar na cama, e pelo tremor de repouso. Segundo o vice-presidente do CREMESE, o neurologista Roberto César Prado, “o tremor de repouso é o que chama mais atenção, mas, na verdade, não é o mais incapacitante, é o que mais isola a pessoa socialmente. O mais incapacitante é a rigidez e a instabilidade”.
 
O Dr. Roberto César é professor de Neurologia da Universidade Federal de Sergipe e coordenador do Ambulatório de Parkinson do HU/UFS. Esse ambulatório é o primeiro do Estado especializado na doença e foi aberto em 1997, uma conquista resultante do Doutorado que realizou na USP sobre depressão na doença de Parkinson. “Atualmente, cerca de 500 pacientes diagnosticados da capital e do interior do estado, bem como dos estados circunvizinhos, são atendidos no ambulatório”, completa o coordenador.
 
Todos os anos, a Academia Brasileira de Neurologia realiza ações para comemorar o Dia Mundial da Doença de Parkinson. Em Aracaju, a Associação dos Portadores de Doença de Parkinson darão entrevistas à televisão e aos jornais locais para alertar e informar a população sobre a doença, a importância do diagnóstico precoce, a existência de bons tratamentos e o uso de novas drogas.
 
MAIS INFORMAÇÕES – Cerca de 1% dos pacientes com 60 anos podem ser acometidos com a doença de Parkinson. Entretanto, existem casos de Parkinson de Início Precoce que acomete os pacientes a partir dos 40 anos de idade.
 
Apesar de a idade ser o maior fator de risco, não há uma causa definida para o aparecimento da doença porque há também a influência de fatores ambientais, como toxinas dos herbicidas e inseticidas usados nas lavouras. Segundo Roberto César, em países como os Estados Unidos, as secretarias de saúde já alertam os agricultores que fazem uso dessas substâncias sobre os riscos a que estão expostos e a necessidade de usar proteção. “Não se pode dizer que tem uma causa genética porque a maioria dos casos é esporádico. Não significa que se uma pessoa da família teve outra terá”, explica.
 
A incidência da doença é praticamente a mesma entre homens e mulheres e não há como evitar o seu aparecimento. O diagnóstico precoce continua a ser a melhor maneira para deixar a evolução da doença mais lenta. E para auxiliar no diagnóstico, é possível perceber algumas alterações pré-motoras que aparecem antes dos sinais característicos. Dentre elas estão perda da olfação, constipação intestinal, depressão e alterações do sono.
 
“O diagnóstico precoce é fundamental porque com um bom tratamento no início, a pessoa pode continuar a fazer todas as suas atividades. Temos casos no ambulatório em que podemos manter o paciente fazendo suas atividades sem que a medicação atrapalhe a sua vida durante um bom tempo”, ressalta Roberto César.
 
Os remédios são caros e de alto custo, mas o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, faz a distribuição gratuitamente. Em Sergipe, os medicamentos são oferecidos pelo CASE – Centro de Atenção à Saúde de Sergipe e pela Secretaria Municipal de Saúde. “É importante o acompanhamento trimestral dos medicamentos, mas há ainda muitos pacientes sem diagnóstico”, finaliza o neurologista.
 
 
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