Sexta, 08 de fevereiro de 2013

Com o objetivo de distribuir melhor os médicos pelo país, o Ministério da Educação (MEC) vai priorizar a autorização de faculdades de medicina nas regiões mais carentes desses profissionais. Os Hospitais Universitários também terão de oferecer pelo menos cinco leitos por aluno e também pronto-socorro.

A mudança de critérios visa também reduzir a criação desenfreada de cursos de medicina. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil tem hoje 197 escolas e 209 cursos de medicina, sendo 80 em instituições públicas. Outras 70 instituições aguardam decisão do ministério para abertura de curso ou aumento de vagas.

A quantidade de médicos não significa a garantia de um bom serviço de saúde. Segundo dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil, de 2011, o país tem 1,95 médicos registrados por 1.000 habitantes. No entanto, a falta de médicos nos hospitais é generalizada, principalmente nas cidades mais distantes.

Um dos fatores que contribui para esse cenário é a distribuição desigual dos médicos. No Distrito Federal e no Rio de Janeiro, por exemplo, são mais de 3,4 médicos por mil habitantes. Já no Amapá e no Maranhão, a proporção fica abaixo de 1.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, um dos motivos da concentração de médicos nas grandes cidades é a falta de programas de residência médica. Só há vagas nesse tipo de especialização para a metade dos 13 mil médicos que se formam por ano no país.

O governo já reconheceu o problema e diz ter aumentado a oferta em programas de residência que, no ano passado ofereceram 10 mil vagas para 14 mil formados em medicina. De acordo com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o desejo do governo é ter faculdades sempre associadas à residência-médica, especialmente nas áreas de maior carência e nas regiões onde há uma baixa oferta de cursos de medicina.

O presidente do CFM, Roberto D’Ávila, apoia as mudanças, mas alerta que os médicos só irão para o interior se houver melhores condições de trabalho e um plano de carreira no serviço público.

“Não basta só um salário adequado. Os médicos, por salário somente, eles não vão. Isso sim se faria através de uma carreira de estado, com todas as vantagens, com toda a segurança para ele e para a sua família, como têm os juízes, os promotores”, ressaltou.

SERGIPE – De acordo com a pesquisa Demografia Médica no Brasil, de 2011, o estado de Sergipe possui uma população de 2.068.031, sendo 2.804 médicos registrados no Conselho Regional de Medicina – Cremese.

Desses números, resulta a proporção de 1,36 médicos por cada grupo de mil habitantes. Na região Nordeste, o estado fica atrás apenas de Pernambuco e Rio Grande do Norte, com as proporções de 1,51 e 1,39 médicos por mil habitantes, respectivamente.

Apenas duas instituições oferecem cursos de medicina no estado. Uma pública, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), que desde 1961 já formou quase 1.500 médicos, e uma particular, a Universidade Tiradentes (Unit), que oferece o curso desde 2009 e formará sua primeira turma em 2015.
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